O nosso amor era um amor com muitas reticências. Que gerava muitas dúvidas, e muita confusão. Era um amor que perturbava, mas que nos fazia bem. Não era daqueles relacionamentos clichês. Muito menos um extraordinário. Eram apenas duas pessoas, nós dois. E a gente simplesmente, amava. Deu dois, três dias, e as coisas se estalaram. Tudo parecia ter mudado. As estações do nosso sentimento estavam frias. E eu o perguntei na minha doce inocência que eu havia guardado exatamente para aquela ocasião: ”Você ainda me ama?” E ele respondeu: ”Uhum.” Não sabia ao certo o que aquele ”uhum” significava. Palavra vaga, sem essência. Então, me virei novamente para aquela carinha de anjo, aquela carinha de quem não quer nada, mas quer. Aquela carinha que me acompanha à tanto tempo.. E disse: ”Esse uhum não me convenceu. Quero uma resposta concreta.” E naquele suspiro, às doze badaladas do relógio, ele virou e disse: “Seria exagero se eu dissesse, que não conseguiria viver sem você? E que se às vezes nego, é por medo de não poder te dar o teu devido valor. E seria sem escrúpulos, da minha parte, em dizer, que a próxima garota que eu amarei, será nossa filha?” Era tudo o que eu queria ouvir. Era exatamente disso que eu precisava aquela noite. Disso, e de nada mais.